10 de dezembro de 2014

Inspiração, homenagem ou cópia descarada? - com Flávio Batista


V
ocê já leu algum livro, ou quem sabe viu algum filme, e teve aquela sensação de déjà-vu, aquele incômodo de achar que a ideia havia sido copiada de outro lugar?
Bom, antes de mais nada vale destacar que um engano comum é achar que, legalmente falando, ideias podem ter dono.  Não tem.  Você pode registrar uma marca, um logotipo ou uma obra, mas não pode registrar uma ideia.  Dois escritores, partindo da mesma premissa inicial, com certeza produzirão obras totalmente diferentes, e nenhum poderá processar o outro por plágio.
Nesta linha, o escritor e amigo Flávio Batista enviou-me um e-mail que achei tão rico que valia a pena compartilhar com vocês.  Vejamos, então, os comentários do Flávio.

Esse assunto é interessante para nós escritores. Mostra que, em matéria de narrativas, às vezes pode ser produtivo "fazer tributos" a histórias alheias. Leia-se: copiar declaradamente (para não dizer "descaradamente"). Então, lá vai:

A cena final do primeiro filme da série Guerra nas Estrelas (o episódio IV, de 1977), em que as naves dos rebeldes destroem a Estrela da Morte, é assumidamente um tributo a um filme de 1955, denominado The Dam Busters (baseado em uma história real, e com certa acurácia histórica). Parece que o próprio George Lucas já declarou isso. Eis o contexto
"Quando você tem talento próprio, é um prazer dar crédito para o talento dos outros."
Criss Jami, escritor filósofo e poeta
Durante a Segunda Guerra Mundial, a força aérea britânica desenvolveu um método para destruir represas dos nazistas. Seguindo os cálculos de um engenheiro aeronáutico, os aviões britânicos lançariam uma carga de profundidade, mas precisariam fazer a bomba cair com um ângulo específico. O explosivo deveria quicar na água várias vezes, depois afundar. A detonação sob a água produziria uma onda de choque e derrubaria a represa. Entretanto, os aviões correriam grande risco, pois voariam em uma altitude bastante baixa.

A cena do filme é mesmo bem parecida com Star Wars. O vídeo que encontrei no YouTube é meio longo (dez minutos) mas basta ver alguns minutos para percebermos as semelhanças:

https://www.youtube.com/watch?v=lCRIsjJFRNo

Se você quiser visitar as páginas da Wikipédia anglófona, colocarei os links abaixo. Os textos são longos mas valem uma olhada rápida. A página sobre a "Bouncing Bomb" tem uma pequena animação mostrando como a bomba agia.

Verbete sobre o filme:
http://en.wikipedia.org/wiki/The_Dam_Busters_%28film%29

Verbete sobre a bomba:
http://en.wikipedia.org/wiki/Bouncing_bomb

O diretor Peter Jackson (de O Senhor dos Anéis) detém os direitos para refilmar The Dam Busters, e começou a produzir o novo filme, porém interrompeu o projeto para se empenhar na trilogia do Hobbit. Parece que o Peter Jackson gosta de aviões antigos e tem até mesmo uma empresa que restaura velhos aeroplanos.

O principal tema musical do filme The Dam Busters é até hoje executado regularmente no Reino Unido. Havendo interesse confira (não gosto do tema introdutório, mas a marcha principal é bonita):
https://www.youtube.com/watch?v=wDpdPjf2aSE

Sobre Flávio Batista: Nascido no Rio de Janeiro, em 1968, Flávio Batista é autor da saga Oazo, no gênero fantasia e aventura, em seis volumes que estão sendo publicados semestralmente no formato digital. Os livros encontram-se disponíveis na Amazon:


Afinal, quais os limites entre "inspiração", "homenagem" e "cópia"?  Comente e compartilhe suas ideias!

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