19 de agosto de 2013

7 coisas que aprendi, com Cláudio B.

Em uma iniciativa conjunta* entre os blogs Escriba Encapuzado e Vida de Escritor, T.K. Pereira e Alexandre Lobão convidam escritores para compartilharem suas experiências com os colegas de profissão, destacando sete coisas que aprenderam até hoje. 
Como sempre, lembro que não interessa se você é iniciante ou veterano, se escreve poesias, contos, romances ou biografias, só interessa a vontade de partilhar com os colegas de profissão.  Envie sua contribuição hoje mesmo!
Neste post apresento a contribuição de Claúdio B., escritor de Ficção Científica com publicações internacionais. Como extra, incluo também parte da mensagem do autor, que julgo igualmente interessante.  Com a palavra, Cláudio B.:

No Brasil, posso assegurar aos seus leitores amigo Alexandre, um fato: o gênero mais difícil, mais ingrato e mais fadado ao esquecimento em uma prateleira de livraria é a Ficção Científica. Editores, livreiros, distribuidores, crítica especializada, jornalistas e suas mídias, feiras e encontros literários, premiações e por fim, os próprios aficionados deste ramo da literatura, todos acabam fugindo das obras do escritor nacional, como um vampiro fugiria de uma estaca de madeira em cruz.. Há muito, a nula de criatividade para boas estórias, desinteresse pela ciência, cultura e pensamento futurístico, atrelaram-se às políticas do sexo, cerveja, futebol, falta de educação de nível e ao ambiente de futilidades e sites sociais, no qual o brasileiro vive seu dia à dia. Os títulos estrangeiros então acabam dominando o escasso mercado, graças à filmes, jogos, fortes estratégias de marketing e modismos que vão e vem, a todo momento. Sucesso lá fora, best seller aqui dentro. Avatar - O livro, vende mais que banana em feira, após a filmografia. Dan Brown explodiu em vendagem após a produção de seus roteiros. O game "Assassins" já rende altos lucros nas livrarias travestido para estória em papel. Então, eis minhas 7 dicas, para quem se decidir em aventurar na Sci Fi:

  • Se possível, faça o caminho inverso: publique lá fora, para depois tentar o mercado nacional.
  • Não desanime com os 95% de negativas que vai receber, quando oferecer sua obra à venda. Saia você mesmo, com seus livros sob o braço e bata às portas que encontrar, abertas ou fechadas..conseguirá um lugar ao sol.
  • Não adiantará nada tentar sem investimento e orientação adequada, como em qualquer negócio. O livro é um negócio e você, autor, seu empresário responsável.
  • Se não divulgar e muito bem, vai se arrepender em curtíssimo prazo de ter escrito para seus familiares e amigos mais chegados.
  • Não subestime o público deste gênero: em sua maioria, "nerd's", gente com bastante cultura e esclarecimento. Não gostam de estórias sem nexo, sem fundamento, sem um enredo que possa realmente valer à pena discutir depois da leitura, em uma roda de amigos. Ou seja - não "encha salsichas" para engrossar seu livro. Se tornará cansativo e poderá se perder no meio de sua saga.
  • Fuja de plágios enrustidos. Se sua estória já foi reproduzida, de alguma forma parecida, por outro autor, você fracassará rapidamente. O consumidor deseja algo novo e não quer saber de novas roupagens.
  • Não acredite em fórmulas tradicionais: formato do exemplar, estilo de capa, preços sugeridos, modelos clássicos de edição. Creia em sua intuição, naquilo que quer e que tenha feito bastante pesquisa antes, para ter certeza de que será viável. E lute por isso.
Sobre o autor:
Cláudio B. é cientista, historiador, roteirista de documentários científicos, colunista de jornais internacionais e escritor da série Sci Fi Projeto Messias, que teve 4.000.000 de exemplares vendidos em três anos, apenas do primeiro livro da saga, em 28 países, 5 línguas e um dos poucos escritores latinos a publicar sob permissão do Partido Comunista Chinês, em sua República Socialista. Mantém perfil no Facebook Brasil para divulgação dos livros da série, alguns de seus trabalhos como pesquisador e um maior contato com seus fãs e leitores em nosso país

* Projeto inspirado pela coluna “7 Things I’ve Learned So Far”, da revista Writer’s Digest.
Veja a opinião de outros autores no  Vida de Escritor e no Escriba Encapuzado.

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