17 de fevereiro de 2012

Pensamentos e sentimentos

A
 minha não é uma cabeça de muitas certezas.
As perdi quando, em passos vacilantes, pela primeira vez larguei a mão de minha mãe e saí tropeçando pelo mundo.
Em busca de descobrir-me, pedi ao mundo todo o seu tempo.  Ele me algemou a um relógio de pulso.
E assim perambulei, perdido de e preso em mim, procurando-me em outros.
Minha cabeça não é de muitas certezas.
Mas algumas as tenho, como não ter?
Quebrei o relógio e hoje tenho quantas horas desejo, em um segredo escondido do mundo.
De tanto me procurar em outros, me achei em um espelho.
"A minha não é uma cabeça de muitas certezas..."
E assim, liberto e descoberto, saí pelo mundo, pernas firmes pela primeira vez.
Ou assim me iludi.
Pois se o mundo me ensinou prosa, e a aperfeiçoei no suor e nos livros, ele me negou a poesia, esta arte misteriosa.
E naquele restaurante, quando meu olhar pousou pela primeira vez sobre os olhos verde-azulados da poesia, com tremores nas pernas eu soube.
Soube que a minha não é, nem poderia ser, uma cabeça de muitas certezas. 
As poucas que tenho, as resgatei da dor e do silêncio.
Mas se alguma certeza tenho, tão inabalável quanto única, é esta.
A certeza de que meu desejo repousa em apenas um sorriso, e que, se velho ficar, só serei pleno com este sorriso em meus beijos.
Este sorriso de olhos esverdeados e ferrugem no nariz, de pinceladas destras e opinião forte.
Minha cabeça é vazia de certezas.
Mas há uma que me sustenta e me orienta.
Sem poesia, pois como eu disse o mundo ma negou.
A certeza que tenho é que TE AMO, e quero ficar com você até ficarmos velhinhos, e nada mais nos restar a não ser esta certeza.

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Um comentário:

Luciana disse...

Parabéns!
Tenho certeza que ela adorou...
Vc está certo...